A ASSOCIAÇÃO ABEL VAI TER A HONRA DE RECEBER DOIS PALESTRANTES CONVIDADOS DURANTE O MÊS DE MARÇO: 

Francisco Mogas 

e Fábio Pereira


Comunicado: data de abertura da A.B.E.L

Comunicamos que a A.B.E.L abrirá no dia 08 de junho, segunda-feira, nas novas instalações, Estrada da Papanata, n.º 259. O horário de funcionamento mantém-se, isto é:

Segundas-feiras e Sextas-feiras:

20h00 - Abertura;

20h45 - Leitura inicial;

21h00 - Palestra;

21h30 - Atendimento Fraterno e trabalhos de passe com água fluidificada.

Quartas-feiras: 

21h00 - Sessões de desobsessão.

ABERTURA DA A.B.E.L

Comunicamos que, no mês de junho, abriremos a A.B.E.L, para continuarmos com a nossa missão de apoio a todos os irmãos necessitados.

O Centro Espírita, como escola de formação espiritual e moral que deve ser, desempenha papel relevante na divulgação do Espiritismo e no atendimento a todos os que nele buscam orientação e amparo.

Para continuar a atender às vossas finalidades, continuaremos a ser:

- núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita;

- compreendido como a casa de grande família, onde as crianças, os jovens os adultos e os mais idosos tenham oportunidade de conviver, estudar e trabalhar;

- proporcionar aos seus frequentadores oportunidade de exercitarem o seu aprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho nos seus trabalhos, tais como os de estudo, de orientação, de assistência espiritual e de assistência social;

Continuaremos a manter um trabalho de atendimento fraterno, através do diálogo, com orientação e esclarecimento às pessoas que nos procuram.

Os horários manter-se-ão os habituais.

Brevemente, daremos mais informações.

Um abraço fraterno cheio de esperança!

A dimensão espiritual da crise do coronavírus

"Essa epidemia vai passar, mas não vai ser a última. Muitos morrerão, não há dúvida. E os que ficarão bebem dessa oportunidade de refletir sobre a impermanência e a não substancialidade do ser humano. É uma pandemia que nos ajuda a entender a nossa limitação e a precariedade de qualquer posição que defenda arrogâncias, excepcionalismos e auto-suficiências. Ninguém é e nem poderá ser auto-suficiente". Ler mais em:

https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/597292-a-dimensao-espiritual-da-crise-do-coronavirus

Por que o espiritismo é o consolador prometido por Jesus?

Para o espiritismo, o Consolador é a própria doutrina espírita. Na Bíblia, ele é chamado também de Espírito de Verdade, Espírito Santo, Paráclito e Advogado (João 14: 26). O Espírito de Verdade, de 15 em 15 dias, manifestava-se a Kardec, quando ele iniciou os trabalhos como codificador da doutrina espírita.
Há vários exemplos de que o Espírito de Verdade é o próprio Jesus, tanto em livros da Bíblia como nos da codificação espírita. "Eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também" (João 14: 3). E ele avisou a Kardec que o Consolador prometido seria enviado, ou seja, a plêiade de espíritos iluminados transmissores da doutrina espírita, que complementa ou esclarece mais o ensino evangélico. Foi o Espírito de Verdade que chefiou os espíritos iluminados que se manifestaram a Kardec através de médiuns de cerca de 40 países. E o ensino evangélico deles era igual, o que comprova a sua universalidade. Kardec não aceitava como verdade um ensino isolado de um só espírito. Daí que as pesquisas dele, nessa área, eram muito trabalhosas e, portanto, muito sérias e convincentes. Assim é que ele é considerado o pioneiro da chamada espiritologia.
Além de outras questões, Kardec demonstrou, de acordo com a Bíblia, que os chamados anjos e demônios mencionados nela não são de outra categoria de espíritos, mas que eles são os mesmos espíritos humanos adiantados (anjos) e os outros (demônios), que podem ser bons ou maus. Realmente, "daimones", plural grego de "daimon", são espíritos de mortos e não de outra categoria de espíritos. Inclusive, nas obras da literatura grega contemporânea dos autores bíblicos, como Platão, Heródoto e outros, "daimones" são espíritos dos mortos. E, hoje, isso está mais do que comprovado ao redor do mundo.
E Jesus afirmou que o Espírito de Verdade a ser enviado nos guiaria a toda a verdade, pois não falaria por si mesmo, mas diria tudo que tivesse ouvido (João 16: 13). Mas ouvido de quem? De Deus o Pai ou mesmo de Jesus. Isso confirma que não se trata do Espírito Santo do dogma da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade e que Ele, o Espírito Santo, não é Deus todo-poderoso tal qual o Deus Pai único, absoluto, incriado, e que existe desde todas as eternidades. E quem crer, de acordo com o dogma, tem que reconhecer que não é bem assim. Se Ele não fala por Ele mesmo, então, é porque Ele é subordinado ao Deus Pai como Jesus que disse também que não falava por Ele mesmo, mas em nome de Deus Pai que o enviou para nos trazer a Boa Nova, o Evangelho, que é de Deus Pai.
Deixemos que Jesus, com suas próprias palavras, nos fale mais sobre isso: "Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito de Verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim" (João 15: 26). Por essa passagem, o Espírito de Verdade é um, e o Consolador é outro. Mas o que é esse Consolador? Parece ser de fato, o ensino evangélico do Mestre do mundo, pois Ele mesmo disse que o Consolador vos fará lembrar tudo quanto Ele tinha dito (João 14: 26).
E isso não ocorreu em Pentecostes, pois não sabemos de nada do que foi dito nele. Daí que a riqueza do ensino evangélico da doutrina espírita nos faz pensar que ela é realmente o Consolador prometido, que estará conosco consolando-nos por todas as eternidades!
PS: "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, tradução deste colunista, www.editorachicoxavier.com.br

FELIZ PÁSCOA

Nesta Páscoa de recolhimento, trago-vos parte da letra da canção "O Chamado", de Marielza Tiscate: "Então Ele veio E disse já é hora de seguir E indicou o caminho tortuoso, Mostrou as pedras e os espinhos E quando viu Que o medo assolava os nossos corações, Nos fez olhar o sol atrás dos montes, Só disse: "Confiem e vão" (...) E ao final da luta, Ele haverá de estar nos esperando E erguerá a voz ao Pai num hino, E então dirá: "Eis os Teus filhos enfim em paz!" Que essa Paz aconteça em nós, apesar dos tempos incertos que vivemos! 

Feliz Páscoa!

Coronavírus - Uma Visão Espírita

Eliana Haddad

Iniciamos este ano com a notícia de uma epidemia causada pelo coronavírus, um grupo de vírus já conhecido desde 1960 e que provoca doenças que vão de infeções leves a moderadas até as mais graves, como a pneumonia, e que podem levar à morte. O vírus foi detectado inicialmente na China, em Wuhan.

O seu período de incubação é de 2 a 14 dias e apresenta como principais sintomas: coriza, dor de garganta, febre, tosse e falta de ar. A transmissão acontece por meio de tosse ou espirro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Desde dezembro do ano passado, quando surgiram os primeiros casos na cidade chinesa de Wuhan, 600 pessoas morreram e o número de infectados já soma 30 mil casos. Cidades são isoladas, aeroportos fiscalizados, mercado financeiro e turismo sofrem as consequências pelo medo do avanço da doença e o mundo, enfim, realmente se assusta, pois vários locais já foram atingidos.

A Organização Mundial da Saúde declarou estado de emergência global, advertindo também para a solidariedade entre os países.

O aspecto espiritual

Independentemente de medidas urgentes a serem adotadas, visando estancar a proliferação do vírus, vale refletir sobre alguns aspectos interessantes a serem observados: Por que nem todos são contaminados? Por que uns morrem (2% dos infectados, segundo a OMS) e outros não? Inicialmente, o espiritismo explica que as doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena.

"Nos mundos mais adiantados, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades". As condições de vida são muito diferentes da Terra. Também, "nos mundos felizes, as relações entre os povos são sempre amigáveis e nunca são perturbadas pela ambição de escravizar o vizinho, nem pela guerra".

Ora, em resumo, o mal ali não se faz presente, não havendo expiações. Isso significa que na Terra ainda vivemos uma infância espiritual de muitos contrários. "Tendes necessidade do mal para sentir o bem. Da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde", nos ensinam os espíritos superiores. Santo Agostinho, em 1862, em Paris, fez uma observação sobre as afinidades e desafios enfrentados pelos espíritos nos mundos expiatórios.

A Terra lhes seria fornecida como um dos tipos desses mundos. "As variedades são infinitas, mas têm como caráter comum servir como local de exílio a Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses espíritos aí têm que lutar, de uma só vez contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza.

Trabalho duplamente penoso, que desenvolve ao mesmo tempo as qualidades do coração e as da inteligência", explica em O evangelho segundo espiritismo.

Não há acasos

É claro que uma epidemia assusta, preocupa, mas é interessante que se tenha esses conceitos espirituais em evidência antes de se arriscar a fazer qualquer observação, pois Deus, em sua perfeição e misericórdia, atua através de leis também perfeitas e misericordiosas para que o progresso seja atingido em toda sua Criação. Por isso não há acasos.

O pensamento materialista nos leva a conclusões precipitadas, que incluem percepções errôneas referentes a castigos, desarmonia, confusão, desleixo e fatalidade.

A visão espiritualista, porém, nos colocando acima dos males do corpo físico, convida-nos ao trabalho e à confiança no futuro para superarmos as dificuldades. O aprendizado é lento e mas contínuo.

"Temos, assim, de nos resignar às consequências do meio onde nos coloca a nossa inferioridade, até que mereçamos passar a outro. Isso, no entanto, não é de molde a impedir que, esperando que tal se dê, façamos o que de nós depende para melhorar as nossas condições atuais.

Se, porém, malgrado aos nossos esforços, não o conseguirmos, o espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos passageiros males", esclarece o espiritismo.

Outro ponto importante a ser observado é a mudança de estado dos Espíritos em evolução, ora encarnados, ora desencarnados. Uns chegam e outros se vão todos os dias por motivos diversos. Alguns regressam ao mundo espiritual em desencarnes coletivos, como no caso das guerras, tragédias e epidemias.

Emigração e imigração dos espíritos

Explica a doutrina espírita que, no intervalo de suas existências corporais, os Espíritos se encontram no estado de erraticidade e formam a população espiritual ambiente da Terra. Pelas mortes e pelos nascimentos, as duas populações, terrestre e espiritual, deságuam incessantemente uma na outra.

Há, pois, diariamente, emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual e imigrações deste para aquele: é o estado normal. Em certas épocas, determinadas pela sabedoria divina, essas emigrações e imigrações se operam por massas mais ou menos consideráveis, em virtude das grandes revoluções que lhes ocasionam a partida simultânea em quantidades enormes, logo substituídas por equivalentes quantidades de encarnações.

(...) Chegadas e partidas coletivas são meios providenciais de renovar a população corporal do globo. Na destruição de grande número de corpos nada mais há do que rompimento de vestiduras; nenhum Espírito perece; eles apenas mudam de ambiente; em vez de partirem isoladamente, partem em grupos, essa a única diferença, visto que, ou por uma causa ou por outra, fatalmente têm que partir, cedo ou tarde.

As renovações rápidas apressam o progresso social. Sem as emigrações e imigrações que de tempos a tempos lhe vêm dar violento impulso, só com extrema lentidão esse progresso se realizaria.

É de notar-se que todas as grandes calamidades que dizimam as populações são sempre seguidas de uma era de progresso de ordem física, intelectual, ou moral e, por conseguinte, no estado social das nações que as experimentam.

A invasão microbiana

No livro Evolução em dois mundos, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, no capítulo 40, "Invasão microbiana", pergunta-se a invasão microbiana está vinculada a causas espirituais?

A resposta: "Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão determinados campos de rutura na harmonia celular".

Isso quer dizer que nossos desajustamentos nos tornam passíveis de invasão microbiana, e dificultam a regeneração natural das células, instalando-se assim a doença, pela desarmonia causada por nossas escolhas - conscientes ou não, de agora ou de ontem.

E continua a resposta: "Geralmente, quase todos os processos de doenças surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem ruturas ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais particularmente inclinados".

E aqui entra também, ainda conforme a resposta, a importância da transformação moral para uma vida realmente saudável. "Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo por que os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na autodefensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus."

Na Revista de julho de 1867, Kardec descreve a 'terrível epidemia' que devastava já há dois anos a Ilha Maurício (antiga Ilha de França). Em outubro/1868, assinada pelo Espírito Clélie Duplantier, Kardec publica a seguinte comunicação na Sociedade espírita de Paris: "Sem dúvida é apavorante pensar em perigos dessa natureza, mas, pelo fato de serem necessários e não provocarem senão felizes consequências, é preferível, em vez de esperá-los tremendo, preparar-se para enfrentá-los sem medo, sejam quais forem os seus resultados.

Para o materialista, é a morte horrível e o nada por consequência; para o espiritualista, e em particular para o espírita, que importa o que acontecer! Se escapar do perigo, a prova o encontrará sempre inabalável; se morrer, o que conhece da outra vida fá-lo-á encarar a passagem sem empalidecer.

Preparai-vos, pois, para tudo, e sejam quais forem a hora e a natureza do perigo, compenetrai-vos desta verdade: A morte não é senão uma palavra vã e não há nenhum sofrimento que as forças humanas não possam dominar."

Fonte - Correio Fraterno do ABC

Encerramento do Centro

Comunica-se que devido ao Plano de Contingência em vigor para combater o contágio de infeção por coronavírus, este Centro encerra por tempo indeterminado.

Que as nossas preces funcionem com anti-viral e, com a graça de Deus, brevemente o nosso país possa regressar à normalidade, mas que retiremos uma aprendizagem: temos de reverter o rumo das nossas ações! 

CONFIANTES E SERENOS

Louvado seja Deus que permite seja o espaço saneado pela tormenta e que desenvolve a restauração da paz em todos os elementos, no instante oportuno.

Compreendemos a extensão das dificuldades, das lutas, dos dissabores e dos tropeços com que todos somos defrontados. Doce é o dia de céu azul, quando todos se embalam em perspectivas de deleitoso descanso, contudo, ameaçadora é a hora da nuvem, quando é preciso suportar os perigos e empeços da tempestade purificadora a que nos reportamos de início.

Entretanto, abençoados serão sempre os que velam pela conservação da luz, os que demonstram serenidade bastante para a vitória espiritual e que sabem aguardar, trabalhando, o retorno da claridade maior.

Agradeçamos a Jesus pelo sustento que nos proporciona, pelo socorro de que nos enriquece. Conservemos a certeza de que o Mestre não falta aos discípulos.

Desmande-se a desordem junto de nós, grite a inconsequência aos nossos ouvidos, brade a sombra pelas tubas da discórdia ou estendam-se os cipoais das trevas em forma de perturbação ao redor de nossos passos.

Estejamos confiantes e serenos, cumprindo as obrigações edificantes que nos foram indicadas, convictos de que a consciência tranquila, no dever situado acima de tudo, é a cidadela inexpugnável do espírito em qualquer plano do Universo.

Espírito: Batuira.
Francisco Cândido Xavier
Livro: "Mais Luz: Edição GEEM.

ESTOU A FREQUENTAR UM CENTRO ESPÍRITA...A MINHA VIDA VAI MUDAR ? 

Se estiver a frequentar um centro espírita atrás de melhoria sem esforço, pare!


Se acha que o passe vai mudar sua vida, pare!


Se acha que o tratamento de desobsessão vai tirar os obstáculos do caminho, pare!


Se acha que a água fluidificada vai livrá-lo das doenças, pare!


Nós precisamos entender que o centro espírita por si só, não é garantia de nada!

O centro é uma porta para a nossa melhoria, que tem que ser aberta por nós!
Não adianta anos de tratamento se continua preso na sua conveniência e zona de conforto. Ou muda ou vai continuar a andar de centro em centro, dizendo: "Não volto mais nessa casa espírita, achei fraco!"

Fraca é nossa vontade de mudar, de fazer diferente, de parar de arrumar mil desculpas por ser quem se é.

O centro espírita é maravilhoso, para quem coloca todos os ensinamentos em prática, para quem sabe que um obsessor é apenas um efeito, a causa somos nós, e é a causa que precisa ser mudada para que o efeito pare.

Não tem nada fácil no Espiritismo, tem muito trabalho, porque só tem merecimento quem decide sair da inércia espiritual e ir atrás da sua evolução.

Está na hora de aprendermos!


Pensemos!

Texto de Náthallye Costa

SEARA DE JOSÉ

A FALSA ESPIRITUALIDADE 

* Se eu sou espiritual, eu não posso ficar nervoso

* Não posso ser vulnerável.
* Não posso ficar triste.
* Tenho que ter fé e confiança.
* Tenho que ficar positivo.


A perfeição imposta, é a maior falácia que venderam aos espirituais ou àqueles que o pretendem ser.
Não é mais espiritual por simular ser perfeito e nunca se incomodar por nada.

Se o seu momento exige:


* Deve ir aos seus infernos.
* Deve-se por frente a frente aos seus demónios.
* Deve deixá-los viver e ser.
* Deve permitir à sua sombra manifestar-se, sem que prejudique os outros nessa manifestação, mas sem que se prejudique por tentar negá-la.
* Deve encontrar-se com os seus medos e atravessá-los.
* Encontrar-se com a sua dor e exteriorizar, e chorar, e gritar...

Aceite o seu lado vulnerável.
O seu cansaço.
A sua apatia.
O seu desânimo.
As suas frustrações e impotência.


Quer aumentar a sua Luz?


Primeiro vá conhecer a sua sombra.
Até que não faça as pazes, com tudo o que é, não se vai conhecer.

A vontade dirigida 

O psiquiatra recebeu em seu consultório um paciente com depressão profunda.

Segundo a família, ele estava nesse estado há mais de cinco anos e vinha em busca de um remédio que o curasse de imediato.

O médico olhou-o nos olhos e falou com firmeza: Tenho duas notícias para lhe dar. Uma delas é que ainda não existe um remédio para a sua doença.

O paciente contorceu-se na cadeira, e perguntou um tanto irritado: E a outra notícia?

A outra notícia é que a sua cura depende da sua vontade.

Como assim, doutor? Não tenho vontade de trabalhar, nem de comer, nem de falar com pessoas. A vida não tem mais sentido para mim.

O psiquiatra tornou com voz muito firme: Você está cheio de vontade.

O paciente deu um murro sobre a mesa e retrucou nervoso: O senhor está brincando comigo? Já lhe disse que não tenho vontade.

Sem se alterar, o médico afirmou: O senhor tem muita vontade. Tem vontade de não trabalhar, de não comer, de dormir, de não falar com ninguém, e de se isolar do mundo.

Mas a vida não tem sentido para mim. - Tornou a dizer o paciente.

Conhecedor das causas que levam a pessoa a esse estado de ânimo, continuou o médico: Você está com raiva do mundo. Pense naqueles que o infelicitaram e não consegue perdoar.

O homem se levantou e gritou: Nunca vou perdoá-los! Meu patrão me despediu, acabou com a minha vida, meus irmãos me roubaram a herança.

E desfilou uma lista de pessoas que odiava com toda a força de seu ser.

Então, o psiquiatra voltou a dizer: Somente quando você perdoar conseguirá se livrar desse ácido que o corrói e o está matando, dia após dia.

E o homem falou entre dentes: Nunca vou perdoá-los.

O médico aproveitou a oportunidade para reafirmar que ele estava cheio de vontade, mas dirigida para a própria infelicidade.

* * *

Meditemos sobre a direção que estamos dando à nossa vontade.

Se dizemos que não sentimos vontade de viver, podemos afirmar que, na verdade, estamos com vontade de não viver.

Estamos com vontade de fugir do mundo, com vontade de dormir, de ficar num quarto fechado, com vontade de morrer.

Mas a vontade está ativa. Somente está sendo dirigida para onde nossa razão desejar.

Lembremos de que a vontade é uma força neutra que existe em nós, e que é direcionada automaticamente para o objeto de nossa escolha.

Se escolhemos não perdoar e manter o desejo de vingança, podemos, mediante nova escolha, redirecionar a força da nossa vontade para a indulgência, para o perdão.

O que geralmente acontece é que optamos por não perdoar pensando, dessa forma, estarmos punindo quem nos ofendeu.

Outras vezes, não perdoamos querendo chamar a atenção para nosso papel de vítima. Essa autopiedade extremamente perigosa, pode nos levar a situações de maior infelicidade.

Por todas essas razões, vale a pena direcionar a nossa vontade para o bem.

E, com o desejo sincero de construir a nossa felicidade, sem desejar tornar infelizes aqueles que nos infelicitam.

Pensemos nisso, mas pensemos agora.

Redação do Momento Espírita, com base
em palestra do Dr. José Roberto Martinez,
no Teatro da FEP, em 3.4.2005.

Karma e Espiritismo

O karma e o espiritismo possuem uma relação delicada. A palavra karma não é encontrada em nenhuma das obras de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo. O termo começou a ser usado recentemente no espiritismo pelas obras subsidiárias, os livros psicografados que são escritos por espíritos a partir de um médium. A palavra Karma é utilizada nas religiões budista, hinduísta, jainista, sique e teosófica. Ela tem origem na Índia, na antiga língua sagrada - sânscrito. O seu significado literal é "ação", "efeito" ou "trabalho". No sentido secundário, a relação entre karma e o espiritismo é uma espécie de lei universal de causa e efeito.
Através de orientações dos espíritos, o espiritismo acredita que na reencarnação não se escolhe o destino, mas sim um tipo de prova que cada um tem o direito de aceitar ou recuar. Portanto, o termo mais correto para ser utilizado no espiritismo seria Causa e Efeito e não karma. Os acontecimentos ao longo da vida dependem das ações das pessoas. O Karma, baseia-se nas más ou boas intenções, a lei da Causa e Efeito considera as nossas ações e traz consequências de acordo com seu caráter ruim ou bom de cada um. 
Existe uma diferença crucial entre o karma e a lei da Causa e Efeito do espiritismo. A lei da Causa e Efeito leva em consideração o livre arbítrio das pessoas, considera a possibilidades de os seres humanos mudarem o rumo de sua vida, através das suas escolhas. Diferente do Karma, em que as pessoas nascem predestinadas a pagar as suas ações desta e de vidas passadas.
Podemos exemplificar com uma pessoa que comete más ações e muda os rumos de sua vida com a prática de ações positivas. No espiritismo, acredita-se que assim, ela pode amenizar as consequências do ato ruim que cometeu. Já no Karma, essa pessoa vai necessariamente pagar pelos os atos que cometeu, mesmo que mude a sua postura e o seu comportamento. 
O espiritismo, codificado por Alan Kardec, mostra que o ser humano está em constante evolução e os estudos sobre a reencarnação também. Segundo o "Livro dos Espíritos", o destino poderia interferir no livre arbítrio, pela sua fatalidade. A fatalidade é escolhida pelos espíritos antes de encarnar, porém, o livre arbítrio permite que as pessoas façam escolhas, que vão fatalmente interferir no seu destino.
Antes do nascimento, cada ser humano já passou por vidas anteriores que ficaram registadas, de algum modo, na sua aura, um campo de energia que envolve o corpo físico. Em algumas ocasiões, as pessoas sofrem com as consequências da carga que trazem de outras encarnações.
Se que, por exemplo, uma pessoa passa por dificuldades económicas, ao longo da sua existência, é porque, provavelmente, noutra vida abusou do dinheiro e não soube aproveitá-lo da maneira correta. Ou, ainda, é possível que uma pessoa que desprezou os semelhantes ou não ajudou alguém quando era preciso, pela lei de Causa e Efeito, nasça surda ou perca a voz em algum momento da sua vida.
No entanto, não se pode relacionar lei de Causa e Efeito a todas as situações do presente. Por isso, antes de praticar a técnica de limpeza espiritual destinada a corrigir os erros de vidas passadas, é necessário que se faça uma autoavaliação, assim, poder-se-á descartar alguns conflitos simples desta vida.
Em Portugal, aconselhamos essas pessoas a ir ao atendimento a um Centro Espírita, começar a frequentar esse Centro e fazer "uma limpeza" através da técnica do passe espiritual dado por médiuns.
Mas o fundamental, é mudar a nossa maneira de pensar e agir. Nós somos o que pensamos e fazemos. Nós somos energia em vibração, e, se vibramos "más energias", atraímos, também, "más energias" que têm reflexo na nossa vida. Por isso, comecemos a vibrar "boas energias", mudando a nossa maneira de pensar, para, segundo a Lei de Causa e Efeito, começarmos a atrair "boas energias" para a nossa vida.
Que o Deus acompanhe todos os nossos passos e nos proteja de todas as forças do mal!

Palestrante convidado

André Luís

Convidamos todos a estarem presentes, em especial todos os trabalhadores das outras Casas Espíritas de Viana do Castelo. Deixamos o convite, certos que será acolhido com amor! 

No dia 28 de janeiro, pelas 21 horas, teremos entre nós, na A.B.E.L, o jovem palestrante André Luís Chiarini Villar, vindo do Brasil, para nos brindar com uma excelente palestra e com o lançamento da sua última obra "A Conquista de Hoje".

André LuisChiarini Villar nasceu no dia 2 de abril de 1991, na cidade de Campinas, interior do Estado de São Paulo. Nasceu em berço Espírita Cristão. Até o atual momento, lançou, no dia 17 de agosto de 2016, o seu primeiro livro "Momentos de Reflexão, à luz do Espiritismo?", lançado pela editora A Caminho da Luz, a qual doou os direitos autorais. Já gravou 7 palestras que originaram DVD, todas lançadas pela "WEBTV A Caminho da Luz" (www.tvacaminhodaluz.com.br), e tem também um CD de mensagens lançado também pela mesma WEBTV, doando todos os direitos autorais desses audiovisuais à emissora "A Caminho da Luz", departamento do Centro Espírita "Perdão Amor e Caridade", que fica em Itapira-SP, Brasil.
Em Itapira (interior de São Paulo), André Luis atua como vice-presidente do Centro "Espírita Perdão Amor e Caridade", fundado no dia 14 de março de 1901, e dirige a Mocidade Espírita Cristã Chico Xavier.
André Luis atua profissionalmente numa produtora, na cidade de Itapira-SP, no segmento de organização de eventos, produções e montagens audiovisuais. É formado na área de Produtor de TV e Rádio.
Além dos programas que apresenta através da WEBTV, que podem aceder no endereço www.tvacaminhodaluz.com.br, e também do programa "ABC do Espiritismo", apresentado, via internet, para todo o mundo e também por parabólica digital em todo o Brasil, pela Rede Mundo Maior de Televisão. Chiarini Villar apresenta também "Jesus e o Espiritismo", pela mesma emissora.
O semanal "ABC do Espiritismo" vai ao ar todos as sextas-feiras, às 19h30 (horário de Brasília), com reprise todas às segundas às 10h, às terças às 16h e às quartas às 5h, via internet e via parabólica digital para todo o País.
Já o programa "Jesus e o Espiritismo" é exibido todas às quartas-feiras à partir das 21h (horário de Brasília). "Jesus e o Espiritismo" conta com reprises às terças, às 4h30, quintas às 15h, sextas às 00h30, e aos sábados 9h. Nesse programa, a temática central trabalha assuntos pertencentes ao Mestre Jesus. 
Palestras fora do Brasil
André Luis, desde o ano de 2014, utiliza as suas férias profissionais para visitar a Europa, levando a mensagem Espírita nas Associais que existem fora do Brasil. Até ao presente momento, já realizou palestras e seminários em Portugal, Inglaterra, Bélgica e Holanda.

Atendimento Fraterno


- Segunda-feira e Sexta feira - Atendimento Fraterno, por Lucília Roriz


NOTA: Só por marcação.

MENSAGEM ESPÍRITA 

Sonhar apesar das desilusões.
Caminhar apesar dos obstáculos.
Lutar apesar das barreiras.
Acreditar acima de tudo. 

O Centro A.B.E.L, nesta quadra festiva, encerra nos dias 23 e 30 de dezembro. Nos restantes dias, os trabalhos decorrem nos horários habituais.

FELIZ NATAL!

JESUS VEIO...

"Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." - Paulo. (Filipenses, 2:7.)

Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra. 
Entretanto, tais reclamações não são justas. 
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, "aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens". 
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo. 
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.

Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra. 
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo.
No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões. 
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade. 
Recorda a demonstração do Mestre Divino. 
Para vir a nós, aniquilou a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.

Do livro "Caminho, Verdade e Vida" psicografado por Francisco Cândido Xavier e ditado pelo espírito Emmanuel

MENSAGEM ESPÍRITANAS 

ORAÇÕES DO NATAL 

Rememorando o Natal, lembremo-nos de que Jesus é o suprimento divino à necessidade humana.
Para o sofrimento, é o consolo;
Para a aflição, é a esperança;
Para a tristeza, é o bom ânimo;
Para o desespero, é a fé viva;
Para o desequilíbrio, é o reajuste;
Para o orgulho, é a humildade;
Para a violência, é a tolerância;
Para a vaidade, é a singeleza;
Para a ofensa, é a compreensão;
Para a discórdia, é a paz;
Para o egoísmo, é a renúncia;
Para a ambição, é o sacrifício;
Para a ignorância, é o esclarecimento;
Para a inconformação, é a serenidade;
Para a dor, é a paciência;
Para a angústia, é o bálsamo;
Para a ilusão, é a verdade;
Para a morte, é a ressurreição.Se nos propomos, assim, aceitar o Cristo por Mestre e Senhor dos nossos caminhos, é imprescindível recordar que o seu apostolado não veio para os sãos e, sim, para os antigos doentes da Terra, entre os quais nos alistamos...
Buscando, pois, acompanhá-lo e servi-lo, façamos do nosso coração uma luz que possa inflamar-se ao toque de seu infinito amor, cada dia, a fim de que nossa tarefa ilumine com Ele a milenária estrada de nossas experiências, expulsando as sombras de nossos velhos enganos e despertando-nos o Espírito para a glória imperecível da Vida Eterna.

Pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier,
in Os Dois Maiores Amores, lição nº 30.

Mesagem Espirita do Dia

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A Associação ABEL possui uma variedade de livros da área espírita de variados varlores a partir de 5€.


O que é o Espiritismo?

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como das suas relações com o mundo corporal. 
(Allan Kardec, in "O que é o Espiritismo") 

HÁ 215 ANOS, NASCIA ALLAN KARDEC, O PAI DO ESPIRITISMO

Salão parisiense com as mesas girantes / Crédito: Wikimedia Commons 

Chico Xavier / Crédito: Reprodução 

O professor francês entrevistou espíritos para descobrir as leis que regem o mundo dos mortos. Mas foi no Brasil que um grupo de seguidores transformou seus escritos em uma nova religião, o espiritis

Às 22h30, de 17 de setembro de 1865, apenas oito anos depois da fundação oficial do espiritismo na França, foi realizada, em Salvador, a primeira sessão da doutrina no Brasil, liderada por um jornalista, Luís Olímpio Teles de Menezes. No mesmo ano, surgiu o primeiro centro do país.

Em pouco tempo, a visão científica, filosófica e religiosa de Allan Kardec transformar-se-ia numa religião tipicamente brasileira, divulgada por intelectuais nas maiores cidades brasileiras. Anos antes de ganhar as massas com Chico Xavier, os seguidores de Kardec já tinham uma nova capital, nos trópicos.

O trabalho iniciado por Kardec tem mais de 13 milhões de seguidores no mundo. A maioria, cerca de 3,8 milhões, está no Brasil. Os espíritas brasileiros têm os melhores indicadores socioeducacionais dentre os fiéis de todas as religiões praticadas no país - 31,5% deles têm nível superior completo, segundo o IBGE.

Entre 2000 e 2010, saltaram de 1,3% da população para 2%. O sucesso nos cinemas é o resultado da boa imagem da religião: em 2010, Chico Xavier, a biografia do médium mais famoso do século XX, alcançou 3,4 milhões de espectadores e "Nosso Lar", no mesmo ano, chegou a 4 milhões.

Mas o que explica essa adesão massiva a uma doutrina que se equilibra entre a religião e a ciência no maior país católico do mundo? "O Brasil tem uma tradição de religiosidade popular muito aberta ao contato com a vida após a morte e a comunicação com espíritos.

As classes média e alta não podiam contar com as religiões de origem africana ou indígena como expressões formais da sua fé. O kadercismo, com o seu berço francês, satisfez essa necessidade", afirma John Monroe, historiador e professor da Universidade de Iowa.

Mesas que rodam

Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, em 3 de outubro de 1804, e encontrou a sua vocação na Suíça. O pai, o juiz católico Jean-Baptiste-Antoine Rivail, e a mãe, a dona de casa Jeanne Duhamel, enviaram o menino Hippolyte, de apenas 10 anos, para estudar no Instituto de Yverdon, no castelo de Zahringenem, fundado e mantido pelo pedagogo Johan Heinrich Pestalozzi.

Na volta, instalou-se em Paris, em 1820, e, quatro anos depois, começou a dar aulas. Lecionava matemática, física, química, astronomia, anatomia e francês.

O professor convivia com problemas financeiros recorrentes. A partir da década de 1830, passou a reforçar a renda escrevendo gramáticas e aritméticas - e até mesmo uma peça, chamada "Uma Paixão de Salão", levada aos palcos em 1843.

Também começou a usar os conhecimentos de matemática para administrar a contabilidade de pequenas companhias, como o teatro "Les Folies Marigny", nos Champs-Élysées. Ali eram realizados espetáculos muito em voga em meados do século XIX - com uma mistura de magnetismo e experiências elétricas e mecânicas.

Rivail assistia a alguns desses shows com prazer. Ele acompanhava, com euforia, a evolução das ciências, que pareciam prontas para explicar definitivamente o funcionamento do mundo, da vida e do além.

Em 1834, num dos seus artigos defendendo as aulas de ciências para crianças, registrou: "Aquele que houver estudado as ciências rirá, então, da credulidade supersticiosa dos ignorantes. Não mais crerá em espectros e fantasmas. Não mais aceitará fogos-fátuos por espíritos".

Quando as mesas rodantes ficaram famosas na França, na década de 1850, o pedagogo tinha uma explicação pronta para o fenómeno. Curioso sobre os mistérios da hipnose, do sonambulismo, do magnetismo e da eletricidade, ele dizia que os corpos reunidos geravam uma força eletromagnética extraordinariamente forte, capaz de movimentar objetos. Quando conheceu o fenómeno pessoalmente, numa terça-feira de maio de 1855, percebeu que a explicação não era tão simples.

Foi na casa da senhora Plainemaison, na Rue Grange Batelière, número 18. Ali o professor ficou impressionado. As mensagens tinham linguagem diferente da que os médiuns usavam no dia a dia e com um grau de conhecimento da vida privada dos visitantes que não tinham como possuir.

O pesquisador então elencou uma nova hipótese: a de que a realidade visível não é a única que existe. E que espíritos são tão reais quanto o mundo microscópico e as forças físicas invisíveis, como a lei da gravidade.

Leis dos espíritos

Por serem reais, apesar de invisíveis, os espíritos seguem leis, da mesma forma que os seres de carne e osso. "Entrevi naquelas aparentes futilidades qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim investigar a fundo", ele relataria anos depois, para concluir que a força que movia aqueles móveis apresentava perguntas que mereciam resposta.

"Há ou não uma força inteligente? Eis a questão. Se essa força existe, o que é? Qual será sua natureza e sua origem? Está além da humanidade?"

Durante 20 meses, o professor dedicou as horas vagas a entrevistar dez diferentes espíritos, principalmente por intermédio de três garotas, Ruth Japhet, de 20 anos (que havia enchido 50 cadernos com mensagens dos espíritos), e as irmãs Julie e Caroline Baudin, de 14 e 16 anos.

Fazia-lhes perguntas como "Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?" e "O que é espírito?" Na casa dos Boudin, na Rue Rochechouart, ele apresentava-se todas as terças-feiras, com novas perguntas, ou as mesmas, para cruzar e checar as respostas. Ele não tinha mediunidade - aliás, foi o professor quem cunhou o termo médium para definir os intermediários entre os espíritos os seres humanos.

Rivail alega que teve a oportunidade de entrevistar os espíritos do filósofo Sócrates, do apóstolo de Jesus João Evangelista, do sacerdote Vicente de Paulo e do cientista e político Benjamin Franklin. Um dos interlocutores mais recorrentes era o espírito que se apresentava com o nome Zéfiro.

Foi ele quem disse ao professor que o conhecia de outras encarnações, quando Rivail era um sacerdote druida chamado Allan Kardec e morador da Gália na época do imperador Júlio César, entre 58 e 44 a.C. Rivail não queria assumir a autoria da coleção de respostas - preferia se apresentar apenas como codificador e editor.

E também queria diferenciar o seu trabalho pedagógico com essa nova vertente de pesquisa. Daí Rivail ter adotado o pseudónimo que se lê na capa da primeira edição de "O Livro dos Espíritos": "Princípios da doutrina espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade - segundo os ensinos dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns - recebidos e coordenados por Allan Kardec".

Os primeiros exemplares do livro deixaram a Tipografia de Beau, na cidade de Saint-Germain-en-Laye, em 18 de abril de 1857 - a data oficial do nascimento do espiritismo, nome criado por Kardec, apresentado da seguinte maneira: "A crença espírita, ou o espiritismo, consiste em acreditar nas relações entre o mundo físico e os seres do mundo invisível, ou espíritos".

Rapidamente, Kardec suplantaria Rivail em fama e reconhecimento: a primeira edição da obra inaugural do espiritismo, vendida a 3 francos a unidade, foi esgotada em dois meses.

No 1.º de abril de 1858, reuniu as dezenas de seguidores que havia arregimentado com a publicação do livro e fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Enquanto recebia visitas de médiuns, mais ou menos sérios, cartas pedindo ajuda e textos psicografados, novas traduções e edições eram publicadas.

Na Espanha, o bispo de Barcelona, António Palau y Termens, mandou confiscar todos os exemplares de "O Livro dos Espíritos" e organizou um auto de fé: as obras foram empilhadas e queimadas em praça pública. Em 1864, a Igreja Católica inseriu a obra no Index Librorum Prohibitorum, a lista de livros proibidos para seus fiéis.

Kardec melhorou a sua situação financeira com a venda dos seus livros e trocou de casa diversas vezes. A última mudança seria para um terreno que ele havia comprado na Avenida Ségur para construir seis pequenas casas para o seu sucessor e seguidores espíritas de poucos recursos. A residência da família ficou pronta rapidamente, mas ele não chegou a morar lá.

Depois de publicar uma segunda edição de "O Livro dos Espíritos", bastante ampliada, e outros quatro livros, Kardec faleceu, aos 64 anos, por volta das 11h de 31 de março de 1869, quando um aneurisma se rompeu, um dia antes da mudança definitiva para a Avenida Ségur.

Na época, ele trabalhava numa obras sobre as relações entre o magnetismo e o espiritismo. Os restos de Kardec estão no Cemitério Père-Lachaise. Na lápide, ficou gravado seu novo nome, e não Rivail, e seu lema: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar. Esta é a lei."

Místicos x Cientistas

O fundador não deixou um sucessor definido - ele previa que o espiritismo fosse conduzido por um grupo com comandantes seguindo mandatos curtos. A sua morte acabou por lançar o espiritismo num debate ferrenho: ciência ou religião?

Na Europa, venceram os partidários da tese de que os estudos do professor tinham caráter científico. Eles tinham bons motivos para isso. "Kardec foi um dos pioneiros a propor uma investigação científica, racional e baseada em factos observáveis, das experiências espirituais.

Desenvolveu todo um programa de investigação dessas experiências, ao qual deu o nome de Espiritismo", afirma Alexander Moreira-Almeida, professor da Escola de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da UFJF. "A proposta mais ousada de Kardec foi a de naturalizar a dimensão espiritual, tornando-a, assim, passível de investigação científica."

"Hoje, entre os europeus, o kardecismo é visto como pseudorreligião. Na virada do século XX, fazia todo o sentido acreditar que os conceitos dele seriam incorporados às pesquisas do meio académico", afirma o historiador John Monroe, professor da Universidade de Iowa.

O Brasil viu a mesma divisão, e, num primeiro momento, parecia que o mesmo lado seria vencedor. Um dos mais importantes líderes do espiritismo do Brasil, o jornalista e professor italiano Afonso Angeli Torteroli, liderava os científicos e organizou o 1.º Congresso Espírita Brasileiro, em 1881, no Rio de Janeiro.

Foi lá que intelectuais defenderam a nova linha de pensamento - pessoas respeitáveis a ponto de terem sido recebidas pelo imperador dom Pedro II, em 28 de agosto de 1881. Mas, bem de acordo com o pensamento progressista da época, os espíritas eram, em geral, republicanos e abolicionistas.

Mas foi o aspecto religioso do espiritismo que venceu. E por dois motivos. Em primeiro lugar, o lado religioso funcionava melhor para uma população ligada a um cristianismo que, em geral, convivia tranquilamente com curandeiros, benzedeiros e cartomantes.

"A preocupação científica e filosófica não tem o mesmo appeal para nós como tem o lado religioso-ritualístico: tomar um passe, livrando-se das energias ruins se apresentaria como mais conveniente do que adotar uma doutrina complexas e cheia de princípios", afirma o professor de sociologia da Universidade de Brasília Paulo César da Conceição Fernandes, em uma tese de mestrado sobre as origens da religião no Brasil.

Em segundo lugar, o mais importante líder entre os espíritas depois de Allan Kardec e antes de Chico Xavier, o ex-deputado Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, concordava com os místicos. Mas teve também o talento de não dispensar os científicos.

A Federação Espírita do Brasil, criada em 1884 pelo fotógrafo português Augusto Elias da Silva, seria presidida duas vezes pelo doutor Bezerra e estimulou a publicação de livros e textos de cunho académico.

"O espiritismo oferece uma orientação para a prática da mediunidade, recomendando que ela seja praticada quando contribuir para o bem e para a educação espiritual do homem", afirma Antonio Cesar Perri de Carvalho, presidente da Federação Espírita Brasileira.

Nomes famosos da literatura nacional aderiram rápido. Os poetas Castro Alves e Augusto dos Anjos, de um lado, se aproximaram da nova religião. Já José de Alencar e Machado de Assis a atacavam - mas só depois de se darem ao trabalho de conhecê-la. Augusto dos Anjos foi o mais empolgado: na sua cidade, Engenho do Pau D'Arco, Paraíba, ele conduzia sessões, recebia espíritos e psicografava.

Quando Chico Xavier nasceu, em 1910, o hábito de receber romances do além já era disseminado e se tornaria uma das marcas da nova religião, que, para muitos, já tinha muito pouco a ver com o que Kardec havia imaginado.

Jesus, o mestre por excelência

"Um novo mandamento vos dou: 'que vos ameis uns aos outros'; assim como vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros."

(João, Cap. 13:34-35)

  • Um Código de Moral Universal, sem Distinção de Culto
  • «Esta obra é para uso de todos. Dela se podem extrair os meios para conformar com a moral de Cristo o respetivo proceder. As instruções que provêm dos Espíritos são verdadeiramente as que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.»
  • O Evangelho segundo o Espiritismo, publicado em 1864, é considerado a terceira obra da Doutrina Espírita fundada por Allan Kardec.
  • Através das mensagens dos Espíritos superiores recebidas mediunicamente, este livro explica-nos o legado moral deixado por Jesus, tentando deste modo esclarecer muitos dos males que assombram a humanidade.

PAI NOSSO

Pai Nosso que estais nos céus, na terra, em todos os mundos espirituais, santificado e bendito seja sempre o vosso nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração, bendito sejas.
O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito.
Perdoai as nossas dívidas, mas ensinai-nos antes a merecer o vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los não com os lábios e sim com o coração.
Afastai do nosso caminho todo sentimento contrário a caridade.
Que este Pai Nosso seja dadivoso para todos aqueles que sofrem. Como espiritas encarnados ou desencarnados.
Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres, onde alguns sofrem merecidamente, mas outros, pelo erro judiciário.
Que vá até os hospícios iluminando os cérebros conturbados que ali se encontrão. Que vá aos hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga.
Que vá a todos aqueles que nesse momento transpõe o pórtico da vida terrena para a espiritual para que tenham um guia e o vosso perdão.
Que esse Pai Nosso vá até os lupanares e erga estas pobres infelizes criaturas que para ali foram tangidas pela fome, dando-lhes apoio e fé.
Que vá até o seio da terra onde o mineiro esta exposto a grande perigo, e que ele findo o dia possa voltar ao seio de sua família.
Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das nações para que evitem a guerra e cultivem a Paz.
Tende piedade dos órfãs e viúvas. Daqueles que até esta hora não tiveram uma pedaço de pão. Tende compaixão dos navegadores dos ares, dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio. Tende piedade da mulher que abre olhos do ser à vida.
Que a Paz e a Harmonia do Bem fiquem entre nós e estejam com todos.

Que Assim Seja.

Documentário "Mediunidade Descoberta"

Eles são funcionários públicos, são pais de família, pagam contas e buscam a religiosidade. São pessoas comuns, mas uma única coisa os diferencia de nós: eles são médiuns. Desafie suas crenças, seus medos e sua curiosidade com os relatos de Geraldo, Ricardo, Sandra e Mayse contando casos surpreendentes, seja no ambiente de trabalho, em casa ou na rua. Os médiuns afirmam que são pessoas normais, mais o dia a dia deles é completamente diferente do seu. 

O Que Diz Kardec 010 - Como Reconhecer a Mediunidade Ostensiva

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